A potencialidade de sucesso farmacocinético (druggability) de todas as substâncias ativas (hits) foi estimada in silico (solubilidade e regra dos cinco de Lipinski) e os resultados são suficientemente bons para garantir uma primeira triagem.
ISBEFS: 1$
Como é quase sempre desejável que um medicamento seja administrado por via oral, uma avaliação muito precoce das propriedades fisicoquímicas das substâncias estudadas é feita para selecionar aquelas que não deveriam oferecer problemas de biodisponibilidade. Esta avaliação pode mesmo ser feita antes de sintetizar as substâncias, in silico, graças a softwares especificamente desenvolvidos para este fim.
O balanço de excreção e a identificação dos metabólitos foram realizados com sucesso em ratos e cães.
ISBEFS: 3$
Estes estudos usando os protótipos marcados radioativamente visam avaliar o destino total do material relacionado à substância teste: distribuição tecidual, rotas de excreção (urina e fezes) e, com análises adicionais, vias metabólicas. Definir as vias de excreção de forma quantitativa e identificar os metabólitos é mais um aspecto importante da farmacocinética, inclusive porque há exigência legal de avaliar a farmacodinâmica dos metabólitos detectados em humanos, caso sejam diferentes ou em maior proporção do que os metabólitos presentes em estudos com animais.
Você foi capaz de identificar um alvo molecular interessante e sua relevância para a doença pretendida foi validada.
ISBEFS: 8$
Dentro da estratégia de descoberta de fármacos guiada pelo alvo (target-based drug discovery), a escolha de um alvo molecular é uma etapa crítica, assim como sua necessária validação, ou seja, deve haver comprovação que a modulação da sua atividade tem benefício relevante para o controle da doença. Nota-se que as indústrias farmacêuticas buscam cada vez mais ensaios fenotípicos, baseados em células, para descobrir substâncias que produzem um determinado efeito, mesmo sem ter ideia do mecanismo de ação e do alvo molecular — vide cap. 2.2. Ensaio alvo-dirigido ou fenotípico?, em:
Ensaios de Binding — Fundamentos teóricos, aspectos práticos e aplicações no desenvolvimento de fármacos.
Os dados do ensaio com linfoma murino in vitro (MLA: Murine Lymphome Assay) indicam que seu protótipo não é genotóxico.
ISBEFS: 1$
Os testes de genotoxicidade são realizados ao longo do processo de descoberta de fármacos, sendo cada vez mais preditivos do potencial mutagênico de uma substância no ser humano, iniciando-se geralmente com teste em bactérias (teste de AMES) e depois em células de mamíferos (in vitro e in vivo).
Seus protótipos estão livres de citotoxicidade quando testados em hepatócitos humanos e numa célula relevante para a doença alvo.
ISBEFS: 1$
O teste de citotoxicidade in vitro é fundamental para selecionar/filtrar as substâncias dentro do processo de descoberta de fármacos. Atualmente, há três tipos principais de ensaios de citotoxicidade adaptáveis para triagem de alto rendimento (HTS). Esses métodos medem a viabilidade celular através de ensaios bioluminescentes de ATP ou a citotoxicidade através de enzimas liberadas no meio de cultura, como a enzima lactato desidrogenase (LDH, acrônimo do inglês Lactate DeHydrogenase).
Idealmente, a substância em teste não deveria ter efeito citotóxico em concentração 50 vezes maior do que o CE50 para efeito alvo, tanto em
células hepáticas (Hep G2) como numa célula relevante para a doença alvo. Hep G2 (ou HepG2) é uma linhagem celular imortal derivada do
tecido hepático de um adolescente com um carcinoma hepático.
Os resultados de uma avaliação de seletividade de suas substâncias em um painel de 44 “não-alvos” indicam que seus principais candidatos a protótipos têm uma boa seletividade.
ISBEFS: 4$
Tipicamente, uma primeira avaliação de segurança se faz precocemente como ferramenta para auxiliar na seleção de protótipos. Um painel comum a várias grandes empresas farmacêuticas reúne 44 proteínas, entre receptores, enzimas e canais, cuja ativação ou bloqueio poderia ser fonte de efeito adverso. A avaliação da segurança baseia-se na seletividade que a substância tem para o alvo em relação às proteínas “não-alvos” (off-target). Podemos considerar que uma seletividade da ordem de 100 é segura, a qual é medida pela razão entre os valores de Ki para “não-alvo” e “alvo”.
https://www.sbfte.org.br/wp-content/uploads/2018/04/10.-Especificidade-Seletividade.pdf
O teste de genotoxicidade in vivo foi concluído sem nenhum problema.
ISBEFS: 1$
O teste do micronúcleo (MNT) seria o terceiro teste de genotoxicidade, após os testes in vitro (teste de AMES e MLA). Sendo um teste in vivo, ele é mais completo, pois pode detectar efeitos que dependem de processos ativos, como biotransformação (metabolização), farmacocinética e reparo do DNA, ausentes in vitro.
Os estudos de toxicidade subcrônica e de toxicocinética foram concluídos dentro das boas práticas de laboratório (BPL), em duas espécies.
ISBEFS: 6$
Geralmente se usa um período de 4 semanas nesta fase, quando doses diárias diferentes são administradas a diferentes grupos de animais (? 10 animais/grupo), por via oral. Deve-se usar a mesma formulação a ser empregada para tratar indivíduos durante os estudos clínicos
Este estudo permite estabelecer a relação dose-resposta tóxica e determinar o NOAEL.
Nota-se que a duração dos estudos toxicológicos exigidos para registro é variada e maior do que a duração dos estudos necessários para permitir o início dos estudos clínicos (tabela abaixo). Estes estudos poderão ser feitos paralelamente aos estudos clínicos, sendo divididos em subcrônicos (3-6 meses) e crônicos (9 meses).
Duração do Ensaio clínico |
Duração mínima recomendada para estudos toxicológicos de doses repetidas para apoiar os ensaios clínicos |
|
Roedores |
Não roedores |
Até 2 semanas |
2 semanas |
2 semanas |
Entre 2 semanas e 6 meses |
Igual duração do ensaio |
Igual duração do ensaio |
>6 meses |
6 meses |
9 meses |
Referência: M3(R2) Nonclinical safety studies for the conduct of human clinical trials and marketing authorization for pharmaceuticals (FDA, ICH, 2010).
O desenvolvimento farmacêutico terminou após a confirmação de boa solubilidade e estabilidade do fármaco. A síntese em larga escala foi realizada com sucesso e tem a quantidade de princípio ativo suficiente para os estudos pré-clínicos in vivo.
ISBEFS: 4$
À medida que os ensaios se sofisticam, passando de testes in vitro para testes em animais de experimentação, as necessidades de quantidades de substância teste aumentam, passando de poucos miligramas para dezenas (ou centenas) de gramas, exigindo uma síntese em escala cada vez maior, necessitando de adaptação quanto à rota e condições de síntese. Há também necessidade de desenvolver uma forma farmacêutica adequada para fazer testes pré-clínicos em condições de boas práticas de laboratório (BPL), que será a mesma a ser utilizada durante os ensaios clínicos.
A avaliação de toxicidade reprodutiva foi concluída, dentro das boas práticas de laboratório.
ISBEFS: 3$
Os testes de toxicologia reprodutiva são dos mais rigorosos aplicados pela FDA e ocorrem em boa parte durante os estudos clínicos. Geralmente, a avaliação do potencial teratogênico e o teste de fertilidade feminina são os primeiros e se iniciam antes do IND, terminando durante o estudo clínico de fase 1.